Como é feita a taquigrafia?
Você já
tentou anotar tudo que uma pessoa diz, mas não conseguiu porque ela falava
muito depressa? Bom, é justamente para isso que serve a taquigrafia. Esse tipo
de escrita, desenvolvido para ser tão rápido quanto a fala, usa símbolos
especiais para registrar diálogos. Como o segredo é anotar tudo rápido, os
sinais da taquigrafia não são baseados em letras, mas em fonemas. Se você não
fugiu de todas as aulas de gramática, vai lembrar que fonemas são os sons das
sílabas de cada palavra. Você também não se esqueceu de que "sa" e
"ça" possuem o mesmo som e, portanto, o mesmo fonema, certo? Pois a
taquigrafia usa sinais para representar fonemas básicos e outros para indicar
as vogais (no infográfico abaixo, a gente dá um exemplo de como funciona essa
técnica). Como cada língua tem fonemas diferentes, cada idioma precisa
desenvolver um tipo diferente de taquigrafia. No Brasil, o método mais comum
foi criado em 1926 pelo estudante de medicina Oscar Leite Alves, que usou
formas geométricas para representar fonemas - todos os sinais gráficos criados
por ele são bem mais simples do que as letras a que estamos habituados. A essa
altura, você pode estar se perguntando: se todo mundo tem gravador, quem ainda
usa essa técnica? Os taquígrafos sobrevivem nos tribunais, anotando os
depoimentos em um julgamento, por exemplo. É uma carreira difícil, mas
promissora: um bom taquígrafo, capaz de escrever em velocidade quase simultânea
a um diálogo comum, pode ganhar cerca de 3 mil reais por mês.
Linguagem dos sinais Símbolos que representam fonemas ajudam a registrar um diálogo bem
rapidinho
1. A base da
taquigrafia é anotar palavras com rapidez. Por isso, essa técnica usa símbolos
simples para representar fonemas (os sons das sílabas) e vogais. Para um
taquígrafo, o primeiro passo é conhecer uma tabela com os símbolos mais comuns
de fonemas, na base da decoreba
2. A etapa
seguinte é juntar os símbolos dos fonemas para gerar palavras. Para
simplificar, sons parecidos, como "ce" e "ze", têm o mesmo
símbolo. No nosso exemplo, escrevemos a palavra "hoje", uma junção da
vogal "o" com o fonema "je",representados pelos símbolos
abaixo
3. Depois de
memorizar os principais símbolos e aprender a combiná-los, já dá para começar a
registrar as palavras usando a taquigrafia. Nessa hora, o que importa é pegar o
som correto, e não a grafia certa das palavras. Uma mensagem taquigrafada como
essa aí no pedaço de papel
4. A última
fase é a "tradução" da taquigrafia. Usando a tabela de símbolos, o taquígrafo
verte a mensagem para o português dessa vez, já atento à gramática, escolhendo o conjunto de letras correto para cada símbolo. Só para matar sua curiosidade, frase taquigrafada do exemplo é esta: "Hoje conforme entendimento telefonico,
autorizamos o repórter Fulano de Tal em nossas instalações, para entrevista com
técnicos e coleta de dados necessários à feitura de uma matéria sobre nosso ramo
de negócios"
http://mundoestranho.abril.com.br
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