PÉ
NO CHÃO: OS BENEFÍCIOS (E RISCOS) DE CORRER DESCALÇO
A
nova onda da corrida é o barefoot running, que pode fortalecer a musculatura,
mas agravar lesões;
Para
correr você precisa apenas de um equipamento: o tênis, certo? Talvez nem disso
você dependa mais. Desde que o biólogo Daniel Lieberman, da Universidade
Harvard, levantou a hipótese de que correr descalço poderia ser melhor para
evitar lesões e aperfeiçoar o desempenho, um movimento de “corredores naturais”
vem se fortalecendo mundo afora – até expedição para o monte Kilimanjaro, na
África, eles já encararam. Por aqui o barefoot running (nome oficial da
modalidade) ainda não arrebatou multidões, mas em um país onde correr com os
pés na areia é quase um vício, a corrida natural tem potencial para agradar.
Antes de jogar o tênis no lixo, vale a pena ponderar: seu corpo está realmente
preparado para correr descalço?
Corrida
com tênis
- Em seu estudo, Lieberman detectou que alteramos a forma de correr por culpa do excesso de amortecimento dos tênis: passamos a tocar o solo com o calcanhar e só depois com a ponta dos pés.
- Em seu estudo, Lieberman detectou que alteramos a forma de correr por culpa do excesso de amortecimento dos tênis: passamos a tocar o solo com o calcanhar e só depois com a ponta dos pés.
- Para Lieberman, a mudança na mecânica da corrida pode causar lesões. “O excesso de amortecimento destreinou mecanismos de proteção”, diz Júlio Serrão, do laboratório de biomecânica da USP.
- Como o corredor não sente o impacto da passada no chão, não ouve os sinais que o corpo dá e pode se machucar com mais facilidade, é o que explica Cássio Siqueira, fisioterapeuta da consultoria Care Club.
- “Os amortecedores dos tênis de corrida absorvem parte do impacto sofrido e consequentemente a carga sobre as articulações”, diz Marcio Cohen, ortopedista especialista em trauma esportivo.
- Algumas lesões que podem ser minimizadas pelo uso de tênis de corrida são: fascite plantar (inflamação na sola do pé), tendinites, fraturas por estresse, canelite, além de dores nos joelhos e coluna.
-
Como protege a pele da sola do pé, o tênis dá ao corredor a possibilidade de se
exercitar durante um período de tempo prolongado, além de variar facilmente o
terreno utilizado para a prática.
Corrida
sem tênis
- Os defensores do barefoot running dizem que correr descalço aumenta a flexibilidade e diminui o gasto energético, potencializando a eficiência do exercício e o desempenho do atleta.
- Os defensores do barefoot running dizem que correr descalço aumenta a flexibilidade e diminui o gasto energético, potencializando a eficiência do exercício e o desempenho do atleta.
- Descalço, a musculatura do pé ficaria fortalecida, retomando nossa capacidade de caminhar de forma confortável e segura. “O impacto não é vilão; se bem aplicado é até benéfico”, diz Siqueira.
- O pé descalço teria maior capacidade de sentir o terreno de forma sutil, e o corpo conseguiria se adaptar melhor às inconstâncias naturais de piso, além de estimular os mecanismos de proteção.
- Corredores inexperientes, com pouco condicionamento físico, excesso de peso e baixo preparo articular podem se machucar mais gravemente com esta modalidade de corrida, alerta Cohen.
- Quem corre sem sapato tende a dar passadas que começam com a ponta do pé, e só depois passa para a área do calcanhar. O pé desprotegido poderia sofrer mais lesões e fraturas nos dedos.
- Um estudo realizado em abril na Universidade de Massachusetts detectou que homens que se submeteram à corrida descalços tiveram um aumento no número de lesões e queixas de dores.
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